segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

 

Minha percepção do ciclo da vida

Em quanto trabalhava e viajava em pensando, tive uma reflexão sobre a vida. Eu imaginei o percurso da vida como um triangulo (imagem). Um triangulo formado por dois lances de escada, onde no primeiro lance você começa subindo. Cada degrau é uma fase, cada fase é uma conquista e o surgimento de uma nova cobiça. E assim seguimos em uma trajetória insaciável e desgastante, uma vez que cada degrau que precisa ser alcançado é um desafio diferente, uma dor e as vezes uma nova perda. Assim seguimos até alcançarmos o caminho da inercia, que é justamente o ponto onde de fato refletimos sobre a vida, sobre as nossas trajetórias e ponderamos o que de fato importa. Para alguns isso pode chegar próximo da velhice, outros no auge da vida adulta, creio que isso possa ser irrelevante, pois maturidade não tem a ver com idade.

E quando chegamos nesse ponto normalmente entramos em um novo ciclo, onde começamos a descer os de grais, não que estejamos regredindo, porém não estamos mais tão focados na ganancia, buscamos o que nos traz prazer, paz, alegria. Onde as pessoas que nos acompanham são tão importantes quanto o percurso, que o foco não é chegar e sim aproveitar o que a vida te proporciona, estando acompanhado dos seus, das pessoas que ama e as que aprendeu a amar. Onde o tempo é irrelevante, pois você não precisa ser o primeiro. Entende que se você for capaz de manter a equipe inteira, completa, não deixou nenhum membro para traz, seu prêmio será o mais valioso. E assim você segue sabendo que, o que te espera é a morte, e que dessa vida nada se leva, em comparação você deixa, deixa um legado, uma família, um império, uma história, uma saudade, uma lenda. E independente de qualquer coisa a sua história será contada de acordo com os sentimentos que você deixou em cada pessoa, cada um que passou pela tua vida, que teve a oportunidade de conhecer umas das suas personalidades, seus eu, o que você deixou em cada pessoa, a forma como você a fez se sentir.

                Mas como eu disse acima, no ponto da inercia “normalmente entramos em um novo ciclo”, “normalmente” porque isso pode ser oposto para algumas pessoas. Pois quando chega no ponto da inercia, ela não recomeça, não reavalia a vida, ela segue subindo os de grais, ficando assim em um ciclo vicioso, onde ela se perde no caminho.  Quando você se perde você busca o campo da inercia novamente, mas infelizmente segue sem evoluir, é como se não aprendesse com seus erros e volta a comete-los. Você não completa o triangulo, você segue “criando” uma linha íngreme. Essa pessoa normalmente tem dificuldade em criar uma estabilidade, tanto financeira, como emocional, efetiva, ela se perde no caminho, ela perde amores, famílias, conquistas. Costuma não deixar império, nem legado, as vezes deixa uma história, uma saudade. São aquelas que dizemos “viveram como se nunca fosse morrer e acabaram morrendo como se nunca tivesse vivido”. Onde as únicas coisas que deixaram nas pessoas foi vislumbre de algo, foi apenas um rascunho que as vezes foi pagado sem querer, ou a força, é um alguém o qual a pessoas preferem esquecer a maior parte do seu eu, preferem não lembrar.

Corrija-me se eu estiver errada, mas penso que estamos aqui um pelos outros. Nada levados mais deixamos, por isso precisamos saber o que queremos deixar, uma vez que nosso proposito estará sempre ligado a outras pessoas. Como você será lembrado? As pessoas se sentem gratas por terem te conhecido, te veem como um bom líder, um exemplo, você motivou, inspirou pessoas. No meu ponto de vista o que irar te definir será o que você deixou, as histórias que serão contadas, e se serão lembradas depois da sua partida. Por isso é importante não entrar, mas se entrar fazer o que for necessário para encerrar o ciclo vicioso, buscar evoluir, seguir para um novo ciclo, fazer uma história, entrar na história.



                                                                                        Itapema SC, 21 de Fevereiro de 2022