Minha
percepção do ciclo da vida
Em quanto trabalhava e viajava em
pensando, tive uma reflexão sobre a vida. Eu imaginei o percurso da vida como
um triangulo (imagem). Um triangulo formado por dois lances de escada, onde no
primeiro lance você começa subindo. Cada degrau é uma fase, cada fase é uma
conquista e o surgimento de uma nova cobiça. E assim seguimos em uma trajetória
insaciável e desgastante, uma vez que cada degrau que precisa ser alcançado é
um desafio diferente, uma dor e as vezes uma nova perda. Assim seguimos até alcançarmos
o caminho da inercia, que é justamente o ponto onde de fato refletimos sobre a
vida, sobre as nossas trajetórias e ponderamos o que de fato importa. Para
alguns isso pode chegar próximo da velhice, outros no auge da vida adulta, creio
que isso possa ser irrelevante, pois maturidade não tem a ver com idade.
E quando chegamos nesse ponto
normalmente entramos em um novo ciclo, onde começamos a descer os de grais, não
que estejamos regredindo, porém não estamos mais tão focados na ganancia, buscamos
o que nos traz prazer, paz, alegria. Onde as pessoas que nos acompanham são tão
importantes quanto o percurso, que o foco não é chegar e sim aproveitar o que a
vida te proporciona, estando acompanhado dos seus, das pessoas que ama e as que
aprendeu a amar. Onde o tempo é irrelevante, pois você não precisa ser o
primeiro. Entende que se você for capaz de manter a equipe inteira, completa,
não deixou nenhum membro para traz, seu prêmio será o mais valioso. E assim
você segue sabendo que, o que te espera é a morte, e que dessa vida nada se
leva, em comparação você deixa, deixa um legado, uma família, um império, uma
história, uma saudade, uma lenda. E independente de qualquer coisa a sua
história será contada de acordo com os sentimentos que você deixou em cada
pessoa, cada um que passou pela tua vida, que teve a oportunidade de conhecer
umas das suas personalidades, seus eu, o que você deixou em cada pessoa, a forma
como você a fez se sentir.
Mas
como eu disse acima, no ponto da inercia “normalmente entramos em um novo
ciclo”, “normalmente” porque isso pode ser oposto para algumas pessoas. Pois quando
chega no ponto da inercia, ela não recomeça, não reavalia a vida, ela segue
subindo os de grais, ficando assim em um ciclo vicioso, onde ela se perde no
caminho. Quando você se perde você busca
o campo da inercia novamente, mas infelizmente segue sem evoluir, é como se não
aprendesse com seus erros e volta a comete-los. Você não completa o triangulo,
você segue “criando” uma linha íngreme. Essa pessoa normalmente tem dificuldade
em criar uma estabilidade, tanto financeira, como emocional, efetiva, ela se
perde no caminho, ela perde amores, famílias, conquistas. Costuma não deixar
império, nem legado, as vezes deixa uma história, uma saudade. São aquelas que
dizemos “viveram como se nunca fosse morrer e acabaram morrendo como se nunca
tivesse vivido”. Onde as únicas coisas que deixaram nas pessoas foi vislumbre
de algo, foi apenas um rascunho que as vezes foi pagado sem querer, ou a força,
é um alguém o qual a pessoas preferem esquecer a maior parte do seu eu,
preferem não lembrar.
Corrija-me se eu estiver errada,
mas penso que estamos aqui um pelos outros. Nada levados mais deixamos, por
isso precisamos saber o que queremos deixar, uma vez que nosso proposito estará
sempre ligado a outras pessoas. Como você será lembrado? As pessoas se sentem
gratas por terem te conhecido, te veem como um bom líder, um exemplo, você
motivou, inspirou pessoas. No meu ponto de vista o que irar te definir será o
que você deixou, as histórias que serão contadas, e se serão lembradas depois
da sua partida. Por isso é importante não entrar, mas se entrar fazer o que for
necessário para encerrar o ciclo vicioso, buscar evoluir, seguir para um novo
ciclo, fazer uma história, entrar na história.
Itapema SC, 21 de Fevereiro de 2022